Imagens vem e vão,
narrativas também.
Nublado, frio,
levaram as cortinas.
O chão é gelado,
levaram os tapetes.
Uma corda tensa
outra frouxa.
Violão outros sons.
É outra hora,
que horas são?
A corda e sons
nos dentes
arrepio-frio.
Lavo os pés sujos na água fria.
Silêncio do corpo quieto.
Mente gira gira gira
ou sou eu?
Estico a corda e levo numa linha vertical que procura outras linhas. Observo a vista, perco e acho o foco.
Comparo a corda com as linhas do piso,
comparo com o toque dos cabelos.
Faço sons ao esfregar a corda na cabeça,
atrito com os cabelos,
perto do ouvido,
como se estivesse tirando sons de lá de dentro.
Vejo o pavor da minha mãe.
Um ladrão,
um sequestrador,
quer me roubar?
Quer dinheiro.
Sinto fome, quero pão.
A padaria é logo ali.
E o jornaleiro, ainda existe?
Revistas,
figurinhas,
O corredor conta essas lembranças.
Chove, escuto a chuva aqui.
Gravei os sons de chuva
na sala
no quarto (meu)
no escritório,
no corpo que esfria.
Depois de meditar, depois do estudo de movimento no corredor, fluxo de pensamento que registrei e posso precisar em algum momento. A ideia de ser roubada me cativou.