Gravei a trilha antes de sair.
Ouvi a avenida. Abri o vidro do carro para ouvir.
Não tinha sons no 32. A vizinha não estava. Reparei que não sei o nome dela.
Eu fiquei tentando entender aqueles bilhetes. Passei horas ali. Aquela letra é minha, mas não fui eu quem escreveu aqueles bilhetes. Em alguns momentos, tentando entender, fui sentindo algum sentimento que parecia raiva. Quem tomou meu lugar?
O rapaz que instalava a cortina me perguntou:
- E a mudança? Já está pronta?
- Ainda não. - Respondi rindo. Ele nem sabe o porquê do meu riso.
Enquanto colocava a cortina, eu olhava a mulher que falava:
- Tem alguém aí?
Liguei o som do violão dentro do quarto.
Brinquei nas lajotas até virar passarinho.
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