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23 Aug
99. Corpo, palavra, memória e texto

Ontem eu publiquei um texto poético, uma memória que reinventei. Quando reli, pensei na troca de palavras, inversão de frases ou criação de perguntas. Imaginei escrever, criar repetições e sentir o que o corpo mais gosta. Outra coisa que me passou pela cabeça foi que a memória tem uma matéria diferente da palavra. A narrativa é outra. O corpo que lembra é diferente do corpo que viveu. A memória atualiza o corpo? Quem lembra vive novamente aquela história? Sei que vive, mas já é a criação de novo corpo e memória.

A ideia agora é pegar o texto e escrever sobre ele. Depois narrar, viver a fala até que as palavras me contem uma outra lógica, um outro corpo. Não é fantástico escrever o que se lembra, aquilo que atravessa, dói, mobiliza? Fazer com que tudo deixe de ser, que se transforme em pó e se materialize em poesia? 

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