Hoje, enquanto cozinhava, ouvi o podcast da Quatro cinco um, dedicado a Lygia Fagundes Telles. Ouvi depois de ler uma postagem do Maurício, amigo-irmão desde os tempos de escola.
Eu recomendo. Tem uma série de aspectos no podcast que são muito fortes e lindos. O programa está incrível, fala sobre sua habilidade com as palavras, o quanto ela foi uma mulher a frente do tempo, na escrita (arte) e na vida, cartas do Drummond, leitura de textos entre outras preciosidades. O que mais me pegou hoje? A fala de sua neta, Lucia Telles. Ela trabalha cuidando da obra da avó há dezesseis anos. Contou muitos pontos da sua relação com a avó.
Coisa mais linda. Me comoveu. Acho que a beleza do que ouvi na voz da Lucia está além da importância de sua avó. Eu fiquei encantada com a voz de uma neta que ama incondicionalmente sua avó.
Eu escrevi aqui esses dias, sobre minha avó na postagem Bilhete para quem não conheceu a Dedé. Comento sobre a Dedé contemplando nossas mãos dadas e eu contemplando a Dedé contemplando nossas mãos. Cumplicidade.
Outro ponto amoroso era olhar das minhas duas avós para mim, as duas com mais de 90 anos. Eram as únicas pessoas que enxergavam uma menina em mim.
Acho que as netas também carregam esse "super-poder". Olhamos as avós como se elas fossem meninas, não como adultas. A vida tem dessas.
Provavelmente eu me encantei com uma menina falando de sua avó menina. Talvez. Tudo bonito demais!
Outros pontos sobre a Lygia Fagundes Telles, escrevo num outro dia. Deu uma vontade doida de reler, quem sabe pego algum texto antes de dormir.
Agora, terminando de escrever, percebo que o meu sábado foi todo encantando pela fala de uma neta sobre a (obra de) sua avó.
Foto da Bu (1987) - Dedé antes de parar de fumar