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05 May
5. Tabuleiro

Eu sempre gostei de jogos de tabuleiro. Em algum momento, aprendi a gostar de vídeo-game também. Ontem, durante o estudo no corredor, eu me concentrei em pensar no desenho das lajotas no chão como tabuleiro de um jogo. Pensei que as linhas de rejunte se assemelham com as 6ª, 5ª e 4ª cordas do violão. Gravei uma "trilha" para fazer o exercício com ela. O meu caminho começaria, como aquecimento, pensando que meu corpo seria sempre os dedos do violão. Criei um jogo, como criança que anda na rua seguindo a linha, que só pode pisar em determinada cor ou no equilibradas no meio-fio.



4


3


2


1

4X4

3

2

1
4X5
3

2

1

X6

A tabela, esquema, acima é para explicar o caminho que criei sobre as linhas (rejuntes) das lajotas. 

A ideia foi caminhar do X6 (som da corda 6 solta do violão) para casa 1, 2, 3, 4, X5 (som da corda 5 solta do violão), 1, 2, 3, 4, X4 (som da corda 4 solta do violão), 1, 2, 3, 4 (e volta) 4, 3, 2, 1, X4, 4, 3, 2, 1, X5, 4, 3, 2, 1, X6 e segue. 

O desenho segue o braço do violão como deixei na postagem anterior (no link abaixo).

https://www.corredordememorias.art/blog/programa-para-hoje-no-corredor .

Como um jogo de andar na linha, mas ele acrescenta o som, as notas que tocava e o caminho no braço do violão. X era sempre os sons das cordas soltas Mi, Lá e Ré. A trilha que gravei é inspirada em exercícios do livro Técnica da Mão Direita - Arpejos - Henrique Pinto.

Eu me jogaria à liberdade em algum momento, mas também era livre cumprindo minhas regras. Gravei, em duas câmeras, o estudo do dia. Eu me propus a sempre gravar. 

Estou falando aqui de programa, esquema, regra, técnica, delimitação de espaço. Aquecimento.

Em algum momento saí do espaço desenhado, andei outros pontos, procurei os desenhos do piso nos pés, mudei de espaço, usei o piso do banheiro como desenho, dançei com as cortinas. Girei, girei, passei pelo trecho do corredor que me causava medo quando menina. Olhei para ver se tinha alguém me seguindo. Chorei quando voltei para ver o interruptor de luz. Choro agora ao escrever. De onde vem esse medo? Que medo é esse?

Deitei num tapete e meditei. Savasana ou meditação deitada como aprendi com a Miila Derzett. Depois da pausa, escrevi no Caderno de Visita e também escrevi para minha irmã.

Escrevi um bilhete para a Bu falando sobre os limites do corredor, onde ele começa, onde termina. Escrevi outras coisas só para ela. Deixei na escrivaninha como sempre faço.

Agora, assistindo um dos vídeos, resolvi colocar em velocidade rápida para somente registrar. Me vi no tabuleiro e o som rápido me jogaram para dentro de uma tela de vídeo game. O vídeo rápido me deu outras memórias além do que vivi no apartamento e além do que estava registrado.


Pensei muito nas lágrimas que derramei. Mas isso fica para outras postagens. 

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