1 min de leitura
15 Jun
46. Nomes e Apelidos

Tenho mais de um nome, mais de um apelido, alguns no diminutivo. 

Maria é o nome que foi escolhido pela minha mãe. Minha irmã também é Maria. Minha avó também. Era uma casa com três marias, estrelas que sempre procurei em dias de céu estrelado quando estava fora da cidade.

Cláudia foi o nome que minha irmã escolheu. Minha mãe cogitava Maria Helena. A Bu, com 3 anos, pediu Cláudia. Gostava de uma prima que carregava esse nome depois do nome Ana.

Recebi Maria Cláudia como nome. Comecei a falar e me perguntaram o meu nome:

- Maria Doda.

- Como?

- Doda.

Mas a fala devia ter a articulação de uma criança quando começa a falar. O movimento da minha memória não consegue acionar essa história. Eu me recordo do que me contaram, por isso, reinvento. Um dia me olharam chupando o dedãozinho da mão esquerda, segurando um travesseirinho que arrastava pela casa, possivelmente sujinho e me chamaram de Dodinha. 

Meu pai me chamava de Nequinha. Coisa de pai carinhoso. 

Na escola, sempre fui número de 26 a 28. Salas que tinham 30 alunos, talvez. Maria Cláudia era muito nome para a infância. As amigas me chamavam de Ma.

Meu primo (Mimiu - ap 51) e uma amiga que moravam no prédio, também me chamavam de Doda. Alguém ouviu no ônibus escolar e Doda pegou. Por anos, acho que dos 11 ou 12 em diante. Para amigos de escola e família, até hoje.

Na vida adulta, trabalho, MariaCláudia, como um nome só, me diferenciava de outras Cláudias. 

No curso de Teatro, 2011, já com 39 anos, alguns colegas passaram a me chamar de Maria. Em uma cena um colega me chamou de improviso de Dona Maria. Rimos muito. Também sou Dona Maria em diversas circunstâncias. Telemarketing é uma delas.

Quando resolvi lançar um CD, o nome Maria Cláudia se misturou com mais 6 ou 7 cantoras com o mesmo nome nas plataformas digitais. No segundo trabalho, Maria Mesquita pareceu mais adequado.

Sei que tenho todos esses nomes e apelidos. Cada grupo e fase da vida me revelam com um nome, como as fotografias que nos revelam exatamente como estamos em cada fase da vida. Os retratos registram as fases do ano, a hora do dia ou noite. Flagram até estados de espírito. 

Voltando para o corredor. Os nomes que escuto são Doda, Dodinha, Nequinha, Dedé (minha avó), Bu, Buizinha, Beto, pai, Lilian, Li,  manhêêêê. 

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.