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25 Aug
100. Dream

Tenho aulas semanais e individuais com Andrea Drigo. A tarde foi reservada para falarmos sobre John Cage. Também ouvimos uma de suas músicas e até agora ela está comigo, em looping. A Andrea me provocou a esse encontro. Com ela e com Cage. Que bom encontro! 

Eu me pergunto: O que é o silêncio? Qual o espaço que acontece entre um som e outro? Existe espaço? 

Agora mesmo estou escrevendo, a música ligada, os sons da cidade ao fundo, meus filhos com a TV ligada num jogo de futebol e conversando, um segurança apita na rua de baixo. Ao mesmo tempo tento escutar se a Amora (cachorra) está fazendo alguma besteira, pois todas as noites ela resolve brincar com algo que não deveria. Procuro sons. Música? Existe alguma ordenação nesses sons? Quais são seus acasos? Estou desperta a eles? Quais são os meus acasos?

Respiro e ouço Dream. Ouço com o umbigo, com a palma das mãos, deixo as pálpebras fecharem com as vibrações, a cervical cede, atenta, cresce. Respiro. Silencio. Já é um voo que vibra em duração. Cage espiral. 


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