Ao abrir a cortina, estabeleci o pacto com o lapso. Com a luz, não se vê a sala. Isso revela, o espaço de estudo, o corredor. Ali se encerra o que busco, o que tenho chamado de “entre”.
Com a luz, o que se pode ver?
A luz, borra a sala, estoura a imagem. Volteio, desapareço, não fico lá, volto. Mas de qual olhar eu falo? O meu? O seu?
O que viu a mulher que sumiu na luz?
Qual a distância de se ver a luz?
Qual corpo abraça, some, revelando a luz?
Quem veste a luz?
Pesquisar é procurar o escuro?
Sei que o corredor não é mais o mesmo. É um corredor outro tempo.O corredor não é mais passado, nele contêm um passado que se revela agora.
Corredor também é corpo. O corpo é espaço que a luz finge revelar, mas confunde.