Estou estudando começos. Começos de textos, romances e contos. A primeira página, o novo capítulo, o início da postagem. Como se conectar com o leitor? Como desconcertar o leitor?
Como que eu busco um livro? De que forma eu leio, ouço um texto, releio, leio outra vez. Recomeçar. Fui até O Jogo da Amarelinha. É que o livro me engoliu, não consigo passar para outro. Não tenho pressa, vou e volto e vou. Hoje eu fui ler seus começos. É que o Cortázar nos deixa duas possibilidades de começo. O que isso significa? Começar duas vezes? Começar de duas formas? Começar do lado de cá ou do lado de lá? Penso no jogo da amarelinha, mas com o desenho de casas em caracol. Leitura aliada com a vertigem. Por isso me encanto e me amedronto ao ler Cortázar. Por isso amo quando leio sua fala sobre a própria obra.
Na última sexta, quando terminou o encontro do Núcleo de Pesquisa da Presença, me dei conta que escrever é a arte que mais me seduz. Por outro lado, preciso de todas as outras para acender ou apagar (ascender ou descender) a palavra. Começar me encanta e me causa medo. Me coloca em contato com as minhas inseguranças. Me coloca na ponta do caracol. Um corredor? Corredor em espiral!
*Núcleo de Pesquisa da Presença é coordenado pela profa Dra Sônia Machado de Azevedo na ESCH. São encontros potentes e muito inspiradores.